Quantas vezes você entrou num desafio de 21, 30 ou 90 dias, onde você aplicou uma modificação radical de algo na tua rotina, com a premissa de que essa tal mudança se tornaria um hábito? Quantos deles foram eficazes nessa premissa?
Esses desafios são muito comuns e baseiam-se em estudos que sugerem a repetição de uma ação por pelo menos 21 dias para formação de um novo hábito.
Entretanto, esse único parâmetro não possui impacto suficiente na modificação real do comportamento humano. Estar em ação é bem diferente de estabelecer mudança. Quando falamos de MUDANÇA DE COMPORTAMENTO, precisamos considerar uma série de fatores envolvidos com o comportamento em questão, onde na grande maioria dos casos, aspectos cognitivos precisam ser reformulados e a autoeficácia estimulada.
O processo de mudança comportamental é dinâmico e longo. De acordo com o modelo transteórico, o estágio onde ocorre a internalização e automação da mudança pode levar de 6 meses a 5 anos para ser estabelecida de fato – considerando um manejo adequado de cada estágio e suas regressões.
Esses “desafios” até podem ser experiências interessantes se forem encarados de maneira positiva e prazerosa, porém tenha em mente que a modificação do comportamento requer um trabalho muito mais aprofundado, especializado e à longo prazo.
Referências:
PROCHASKA, James O.; VELICER, Wayne F.. The Transtheoretical Model of Health Behavior Change. American Journal Of Health Promotion, [s.l.], v. 12, n. 1, p. 38-48, set. 1997.